Este trabalho objetiva por em paralelo as ideias de Monteiro Lobato sobre ilustração em sua obra dedicada a crianças e a obra infanto-juvenil do escritor e ilustrador Ziraldo, com intuito de demonstrar a existência de ecos entre os imaginários dos dois escritores. Analisamos, principalmente, o livro História das Invenções (1935), de Lobato, em cotejo com os livros O menino maluquinho (1980) e O menino e seu amigo (2003) de Ziraldo. Para tanto, metodologicamente, valemo-nos dos pressuposstos de Brunel (1995) sobre Literatura Comparada e análise tematologia de uma obra e, como base teórico-crítica, utilizamos as ideias de Arroyo (2011), Coelho (1993), Lajolo (1993), Koshyama (1982) e Pereira (2009). Partimos da concepção da imagem como elemento que também conta uma história, elemento que “fixa os acontecimentos”, e que significa tanto quanto a palavra – aspecto presente em toda a obra infanto-juvenil lobateana – para chegarmos a uma, das muitas possíveis, relações a serem traçadas entre Monteiro Lobato e Ziraldo. Ziraldo, assim como Lobato idealizou e pôs em prática, apresenta uma obra que aguça os sentidos dos leitores, principalmente a visão, com ilustrações que também contam a história. Em sua obra há uma intertextualidade recorrente com a obra lobateana, quer seja pela evocação das personagens, quer seja pela potência e importância que é dada à figura da criança, dentro e fora do texto.