Após a publicação da Lei 11.645/2008, que tornou obrigatória a inclusão da temática "História e cultura afro-brasileira e indígena" no currículo das escolas, houve uma expansão considerável na produção de livros de literatura infantojuvenil que aborda a temática indígena. Essa expansão do gênero incidiu na chegada dos livros nas escolas e salas de aula, divulgando uma variedade de abordagens sobre os povos indígenas. Diante disso, este trabalho visa discutir o livro de literatura infantojuvenil "Tupiliques, heranças indígenas do português do Brasil" de autoria de César Obeid com ilustrações de Geraldo Valério. As discussões apoiam-se em uma abordagem interpretativista, levando em conta o texto verbal e imagético, bem como o contexto de produção e de distribuição dos livros de literatura por programas governamentais como o PNBE. Consideramos que a presença de livros que discutem a cultura indígena na sala de aula, especialmente o que analisamos nesse artigo, favorece a aproximação dos alunos de aspectos relacionados à língua tupi e sua relação com o português, na medida em que possibilita o leitor o conhecimento sobre peculiaridades linguísticas da sua língua. Nesse sentido, entendemos que o livro divulga e aproxima os alunos da cultura indígena, através da brincadeira com a língua, por meio dos Tupiliques.