O presente artigo traz uma reflexão acerca da inserção no currículo da História e Cultura Afro-brasileira, conforme preceitua a lei 10.639/03, para, em seguida relatar uma experiência com a literatura afro-brasileira no ensino fundamental – anos finais, com a finalidade de promover a diversidade étnico-racial e cultural brasileira. Desse modo, descrevemos a evolução histórica do currículo escolar brasileiro, explicitando antigos paradigmas e mostrando as atuais tendências, ao mesmo tempo em que discutimos o significado e o alcance das mudanças implementadas, relatando os elementos que ainda entravam a sua efetivação. Tal aparato teórico serve como base para nossa sequência de Letramento Literário, na qual utilizamos a obra Amanhecer Esmeralda (2014), do autor paulista Ferréz, no modelo de sequência básica proposto por Cosson (2016). A sequência gerou excelentes resultados, destacando a valorização da ancestralidade africana em oposição a uma visão negativista do negro, impregnada pela herança preconceituosa da época da escravidão. Como resultado do trabalho, os estudantes fizeram uma apresentação teatral na escola, de modo a expressar e divulgar as discussões realizadas por meio da leitura. O trabalho com a literatura afro-brasileira na escola, assim, se mostra uma importante ferramenta para a promoção e valorização da cultura negra, de modo a propagar o respeito e a convivência fraterna com toda a diversidade de etnias presentes em nosso Brasil e no mundo.