Estimular o trabalho literário com fontes primárias e as descobertas decorrentes de investigações realizadas em acervos e arquivos, de caráter histórico-literário, foi uma das atividades que marcaram o trajeto da profª Maria Luiza Ritzel Remédios. Assim, adequando-se ao simpósio que a homenageia, o presente texto busca indicar o espaço praticamente exíguo dedicado pela história da literatura brasileira e também pela crítica literária ao livro de poemas Inéditos e esparsos, publicado por Mario Quintana em 1953. A pesquisa se mostra relevante, pois possibilita o levantamento de obras histórico-literárias sobre o poeta brasileiro, considerando matéria de sua autoria, até o momento, praticamente desconhecida pelo público leitor e pela crítica especializada. No que concerne ao quadro teórico-metodológico, utilizou-se o cunho comparativo-histórico-literário, posto que o trabalho investigativo suscitou questões de tal ordem, ao reunir dicionários e capítulos dedicados a Quintana, em histórias da literatura brasileira escritas a partir do século XX. Portanto, a lacuna nos estudos histórico-literários, acerca do referido poemário quintanesco, leva-nos a outro objetivo de pesquisa, que consistirá em responder se o mesmo livro em questão recebe tratamento tão precário em sua fortuna crítica e por obras de cunho biobibliográfico. Como conclusão parcial, apresenta-se a desconfiança de que (como já ocorreu com outros textos editados pelo escritor nomeado em jornais e revistas, os quais permaneceram inéditos por longo tempo), boa parte dos poemas constantes em Inéditos e esparsos tivesse permanecido tão desconhecida que isso configuraria uma espécie de ineditismo, razão pela qual, se necessitará confrontá-los com toda a produção poética que o autor publicou em livro, a fim de mais tarde propor seu possível relançamento.