O Romance do Pavão Misterioso, Alau’ddin e a Lâmpada Mágica: intersecções e disjunções. FICÇÕES EM TRÂNSITO Pelo Prof. Dr. Moisés Monteiro de Melo Neto (UFPE) RESUMO: Destrinchando certos traços do Orientalismo no conto Alau’ddin e a Lâmpada Mágica, traduzido do árabe por Mamede Mustafa Jarouche, buscaremos trabalhar que elementos/ aspectos que se refletem, coincidentemente ou não, na construção do cordel Pavão Misterioso (por José Camelo de Melo) e que estratégias estão aí embutidas. Como são representados, por exemplo, as mulheres, a relação servo/senhor e que anacronismos apresentam em edições atuais? Como se dá o trânsito dos personagens nestes mirabolantes enredos? Narra-se para o “vulgo” ou para governantes? Que relações se estabelecem entre o aí entre divino e o maligno? Como teria se dado o trabalho dos copistas através do tempo? O que viagens propõe Sahrazad por trás dos seus véus narrativos? Aonde vão os personagens de Alau’ddin e a Lâmpada Mágica e do Pavão Misterioso? Que linhas éticomorais empolgam estas histórias? Como viajar num cotejo, verticalização, desconstrução, tentando compreender tanto cordel quanto o conto árabe? Como aí se dá o uso do coloquial e dos localismos: trata-se de uma dimensão universal (naquele ponto em lida com arquétipos humanos universais)? E os toques que provocam o humor, através da ironia, grotesco, patético, macabro? Como se dá esta exposição do ser humano com o absurdo, o simbólico? Podemos falar deste produto como algo notadamente brasileiro, nosso e não de importação?Como estão representados os seres humanos em movimento? Como Alau´ddin pode ter viajado para outras culturas e comunidades de fala? Como ambas as obras exemplificam que textos literários nunca estão completos nem são estáveis? Como são tratadas aí as questões de deslocamento e entre-lugar, ou não-lugar, trânsito e das manifestações culturais?