O texto As Velhas, escrito pela dramaturga campinense Lourdes Ramalho, e levado à ribalta pela primeira vez em 1975, é considerado um clássico da literatura dramática produzida no Nordeste do Brasil. Nele somos apresentados a duas mulheres nordestinas, uma cigana e uma sertaneja, que são agarradas pelas teias de um destino trágico, em que se enovelam também os destinos de seus filhos. Em 1988, esse texto ganhou uma encenação do diretor espanhol Moncho Rodriguez, estreada em Campina Grande-PB, que projetou a obra ramalhiana para o mundo, tendo em vista a ampla circulação nacional e internacional, notadamente, na Península Ibérica, desta montagem. Nosso trabalho objetiva realizar uma análise da relação entre o trabalho do encenador e a dramaturgia de Lourdes Ramalho, tendo como ponto de partida as montagens de 1975 e as de 1988/89 observando principalmente como foi a cobertura da impressa sobre essas duas montagens, tendo em vista que os discursos jornalísticos reconstroem uma memória do espetáculo, como também formalizam juízos críticos sobre o mesmo, de modo que ele pode ser problematizado mediante esta baliza.