O presente texto pretende, em conformidade com o tema proposto na Mesa-Redonda Estudos, práticas e vivências educativas no contexto africano, brasileiro e português, durante o primeiro Simpósio Internacional de Ensino e Cultura Afro-Brasileira e Lusitanas (SINAFRO), trazer para o debate algumas reflexões no âmbito das práticas e vivências educativas – caso Cabo Verde (África). O texto resultou de uma pesquisa exploratória bibliográfica e reflexões saídas de experiências vividas na prática docente em Cabo Verde. Portanto, se enquadra dentro de uma pesquia qualitativa. Um dos arcabouços teóricos que engendrou a estruração do texto é a questão étnico racial e sua relação com a educação e o ensino. Com uma formação histórica compósita por duas valências culturais, África e Europa, todo o seu sistema político,social e cultural foram perpassados por elementos culturais desses dois polos numa autêntica peleja de afirmação hegemónica: na época colonial uma educação elitista, predatória e discriminatória; e na época pós independente, preso as amarras do colonial. Isto tem diluido Africa em Cabo verde e em particular no sistema educativo acarretando séries de indefinições na questão identitária: Somos africanos? Somos Cabo-Verdianos? Ou Somos Europeus? A resposta e a anulação destas indefinições passa por mudanças no Sistema Nacional de Educação.