Foi apontado como o comparatismo entre russos e brasileiros nasceu sob o signo de conceitos arbitrários. A categoria crítica de “romance russo” se baseia na de “alma russa”. Não se trata de rejeitar apenas esta construção mas de pôr à prova a pretensão à objetividade de todos os conceitos básicos das disciplinas ônticas. Os conceitos filosóficos são indicativo-formais e nesta capacidade servem de corretivo. Uma experiência partilhada pode ser a explicação para o fascínio brasileiro pelos russos. Esta vivência deve ser abordada remetendo a atenção de volta sobre aquele que pergunta. Proponho tomarmos a vivência do niilismo como primeira vivência partilhada. O embate entabulado pelas ciências sociais entre o caminho ocidentalizante e o caminho populista se transforma com Dostoiévski e Nelson Rodrigues no embate entre o caminho do niilismo e do antiniilismo tal como vivido por cada um de nós.