Artigo Anais ABRALIC Internacional

ANAIS de Evento

ISSN: 2317-157X

O RADIOTEATRO

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Publicado em 12 de julho de 2013

Resumo

Num primeiro momento, a junção do teatro a suportes multimidias parecem reportar a práticas artísticas recentes, todavia, já nas primeiras décadas do século XX, peças teatrais eram transmitidas pelo rádio. Nota-se que o teatro como realização efêmera foi absorvida e veiculada por esse suporte eletrônico, o rádio, dando origem ao radioteatro. Tal situação propiciou um outro modo do fazer teatral. Flávio Porto e Silva, (1981) em O Teleteatro Paulista nas décadas de 50 e 60, afirma que Walter George Durst, em sua função de diretor de radioteatros, experimentava os recursos de sonoplastia para criar ambientes, intensificar as intenções do texto e as inflexões de voz dos radioatores eram conduzidas de um volume menor até o mais alto para que fosse aproveitado o microfone como instrumental que permitisse uma maneira de maneira de falar mais próxima do coloquial, afastando-se da voz impostada utilizada para as declamações ou teatralmente. Evidencia-se, deste modo, que a intercção entre o teatro e o rádio exigiou de seus propositores a criação e reorganização de novos recursos artísticos que enriqueceram o sentido auditivo, sendo a imagem inacessível ao rádio.O radioteatro constituía-se em narrativas de duração limitada com uma ou duas horas de transmissão, sendo concluídas no mesmo dia ou noite. Tornou-se uma produção artística muito conceituada, pois era baseada em peças teatrais canônicas. Nesse sentido, pode ser observado um aspecto do processo civilizador apregoado por Norbert Elias (2007): a adesão, de um modo geral, da população brasileira a um estilo de vida modulado por valores ocidentais que enfatizavam a existência urbana com ênfase na utilização de produtos eletrônicos e consumo de bens culturais que, primeiramente, atingiu as camadas mais abastadas, mas que se universalizou aos outros extratos sociais.Desse modo, podemos afirmar que o radioteatro foi o primeiro sinal de uma interação entre o teatro e os diferentes tipos de suportes eletrônicos, que de certo modo apontavam para uma modernização do teatro nacional, perpassado pela necessidade da retomada da construção de um teatro de qualidade, a exemplo do que ocorria nos centros culturais, como a Europa e os Estados Unidos, compreendido como teatro “culto”. De certa forma, a burguesia brasileira almejava, por meio da introdução de novos procedimentos e produtos artísticos, aproximar-se culturalmente dos países desenvolvidos numa dinâmica denominada por Norbert Elias de processo civilizador, isto é, quando valores e comportamentos da cultura vista como mais desenvolvida são absorvidos por uma coletividade, nesse caso, a sociedade brasileira.

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