O trabalhador de limpeza urbana lida diariamente com lixo, assegurando a limpeza da via pública em meio aos riscos para agravos à saúde, principalmente os biológicos que apesar de atenuados pelo uso obrigatório de sacos plásticos para o acondicionamento dos resíduos sólidos e da utilização de equipamentos de proteção individual pelo trabalhador, não impedem a maior parte dos acidentes, que não atingem apenas as mãos, mas também braços e pernas. O objetivo do estudo é descrever as condições enfrentadas pelo profissional, além de relatar os seus conhecimentos acerca dos riscos, cuidados, além das relações de trabalho e as formas de gestão responsáveis pelo adoecimento deles. Trata-se de um estudo qualitativo e descritivo realizado através de entrevista semiestruturada com um agente de limpeza varredor. A análise dos dados permitiu descrever que os riscos ergonômicos decorrentes do esforço físico repetitivo tem como consequência a dor proveniente destas ações e a exposição a materiais perfurocortante com cansaço físico e mental como fortes aliados dos acidentes de trabalho como ferimentos por cortes, quedas, estresse do trabalho e preconceito da sociedade. O funcionário relata ter conhecimento sobre a saúde do trabalhador, através das orientações recebidas na própria cooperativa de trabalho, onde é orientado sobre os perigos aos quais está sujeito. Diante do estudo, notou-se a exposição do trabalhador aos riscos biológicos e ergonômicos e o conhecimento do trabalhador sobre a importância dos cuidados preventivos a serem tomados durante as atividades. Percebeu-se também satisfação com a profissão, sentindo-se digno de atuar como agente de limpeza urbana.