Varronia globosa, pertencente à família Boraginaceae sensu lato, conhecida popularmente como maria-preta, é usada como analgésico para cólicas menstruais, inflamação da garganta, resfriados, gripes, sangramentos, reumatismo e indigestão. Fatores mesológicos como sazonalidade, ritmo circadiano, disponibilidade hídrica e nutricional, temperatura, radiação ultravioleta, altitude, estímulos mecânicos ou ataque de patógenos promovem a produção ou alteram a quantidade dos metabólitos presentes nas plantas. Diante disso, objetivou-se realizar uma comparação entre screenings fitoquímicos qualitativos dos principais metabólitos secundários de exemplares de V. globosa coletados em épocas e locais diferentes, e então verificar se fatores externos influenciaram na ocorrência de determinados metabólitos, e com isso discutir o uso ineficiente de plantas medicinais nesses casos. A metodologia adotada foi a de obtenção do extrato etanólico bruto (EEB) por maceração alcoólica e a avaliação fitoquímica comparou a presença de metabólitos secundários em EEBs do caule de V. globosa oriundas de locais e épocas distintos, Santa Luzia (2013) e Puxinanã (2016), na Paraíba. O estudo comparativo dos EEBs, mostrou que a planta do município de Puxinanã, apresentou resultado negativo para presença de flavonoides quando comparada com a procedente de Santa Luzia, em 2013. Portanto, como fatores ambientais influenciam na produção de metabólitos secundários, consequentemente o uso etnofarmacológico é comprometido. Sendo estes metabólitos responsáveis pelos efeitos benéficos, os usuários da região não poderiam se favorecer dos efeitos dos flavonoides, acarretando em um uso ineficaz. Estudos farmacológicos e fitoquímicos mais aprofundados da espécie são interessantes na investigação de até onde condições ambientais podem influir no tratamento com plantas medicinais.