Este trabalho apresenta uma discussão sobre as (in)visibilidades e representatividade de pessoas negras e de sexualidades dissidentes nas mídias digitais. Nesse sentido, raça e sexualidade são tomados aqui como marcadores sociais da diferença que se colocam de forma interseccional. Os dados apresentados foram obtidos por meio da pesquisa realizada sobre o canal de humor e informação Põe na Roda, mais precisamente, a partir do estudo de recepção sobre os seguintes vídeos “Gays negros e racismo” e “Gays negros reagindo a racismo nos aplicativos”. Além disso, a análise também foi construída por meio de entrevistas realizadas com xs seguidorxs do canal e de comentários destxs na página do canal no YouTube e no grupo no Facebook “Ajuda, Põe na Roda”. A ausência de abordagens sobre raça foi/é uma das principais críticas estabelecidas aos conteúdos do Põe na Roda, visto que muitxs seguidorxs não se veem representadxs nas produções do canal, problemática que se verificou em diversas instâncias da pesquisa de campo. Tendo em vista o contexto histórico e social que permeia a questão de cor/raça no Brasil não é de se espantar que tal discussão comumente se coloca como uma questão menor, seja nas mídias massivas, como a televisão, como também nas pós-massivas, como as mídias digitais. Assim, busca-se compreender os mecanismos pelos quais a hierarquia das diferenças conforma outras formas de exclusões.