Existe no Brasil uma demarcação com um viés territorial do espaço cedido a indivíduos considerados de gênero desviantes para transitarem em meio à sociedade. Esta demarcação exerce um poder normatizador e regulador ainda que subjetivo ou simbólico sobre a vida destes seres sociais, geralmente pondo-os em todas as zonas sociais marginais possíveis. Esta força está fundamentada em aspectos heteronormativos e coloniais da sociedade brasileira, desta forma, manipulam as instituições imaginárias para aceitarem aquilo que lhes convém, enquanto patriarcado. Entretanto, apesar destes esforços, é possível observar uma mudança na forma como estes indivíduos desviantes vem se apresentando perante a sociedade, muitas vezes utilizando espaços alternativos como a internet, e se valendo da cultura e da arte como forma de luta e questionamentos de suas demandas, buscando desterritorializar não apenas conceitos, mas o próprio lugar de margem que lhes foi imposto pela sociedade. Dentre estes sujeitos, é possível destacar um nome, Pabllo Vittar. Uma cantora e drag queen brasileira, que é atualmente a drag com o maior número de seguidores no mundo inteiro na rede social instagram, e que vem revolucionando a maneira como travestis, transexuais e drag queens são interpretadas pela sociedade e pelo mercado da Indústria Cultural. Partindo de uma análise dos perfis em redes sociais de Pabllo Vittar, o intento deste trabalho, ainda embrionário, é compreender como as identidades de gênero são interpretadas nas redes sociais, e qual o papel de artistas com identidades/expressões não cisgêneras nas (des)construções indenitárias para além das telas dos smartphones, tablets e computadores.