O presente trabalho investiga as relações entre jovens estudantes dos últimos anos do Ensino Fundamental e teve como objetivo principal entender como os jovens estudantes encaram seus colegas homossexuais e como se dá o convívio entre eles e os comportamentos motivados pelo bullying homofóbico na escola. O estudo é fruto de um recorte da nossa pesquisa de mestrado que analisou a atuação da escola frente ao fenômeno bullying homofóbico com meninos. Utilizamos uma abordagem qualitativa e aplicamos como metodologia a observação participante e como técnica de coleta/construção de dados lançamos mão da aplicação de um questionário. Participaram do estudo 96 estudantes do gênero masculino estudantes do 6º ao 9º ano do ensino fundamental com idades entre 11 a 16 anos. Para análise dos dados apoiamo-nos na análise do conteúdo. Como principais resultados podemos citar: que o preconceito ainda é muito latente entre os jovens, que o padrão heteronormativo ainda acaba ditando as regras de convivência no espaço escolar assim como o bullying homofóbico tem se mostrado como uma das formas mais concretas de intolerâncias nos espaços educativos. E que o processo de resistência à homofobia ou ao bullying homofóbico na escola acontece em grande parte, sem a participação da escola enquanto instituição. A partir do exposto pode-se concluir que necessário e urgente a discussão acerca da sexualidade de forma geral e especificamente da homossexualidade numa perspectiva do direito à dignidade humana e que os jovens precisam ser ouvidos. Eles mais que ninguém podem apontar caminhos para a convivência pacífica entre os seus pares reconhecendo e respeitando as diversidades existentes entre eles.