As igrejas inclusivas, conhecidas também como “igrejas gays” ou “igrejas queer”, surgem nos EUA nos anos de 1960 e chegam ao Brasil nas décadas de 1990 e 2000. Neste artigo, buscamos analisar de quais formas a pastoral do sexo é constituída e difundida entre os fieis homossexuais masculinos de três igrejas inclusivas do Nordeste do Brasil, a saber, a Igreja Missionária Inclusiva (IMI), situada em Macéio (Alagoas) e as congregações Igreja Apostólica Filhos da Luz (IFAL) e Cidade de Refúgio, ambas localizadas na cidade de Fortaleza (Ceará). Importante frisar que a IMI e a IAFL surgem de uma cisão com Comunidade Cristã Nova Esperança (CCNE)
O trabalho se trata então das impressões etnográficas de seus pesquisadores sobre a pastoral do sexo aplicada por estas congregações em relação aos seus fieis e o impacto desta em sua construção de noção de sujeito cristão. O artigo busca ainda compreender como esta pastoral é concebida a partir da constituição histórica da igreja, de sua administração eclesiástica, da absorção de elementos típicos das igrejas do campo hegemônico pentecostal e neopentecostal e da necessidade de reconhecimento das congregações inclusivas como “igrejas de fato” por parte da comunidade cristã e do meio LGBT.