Com o passar do tempo, a educação infantil foi adotando novas didáticas e adicionando novos métodos que facilitassem o aprendizado infantil. Na primeira metade do século passado, talvez nem se imaginasse que algo inerente à criança poderia auxiliar bastante no processo de cognição: o brincar. O ato de brincar foi objeto de estudo de grandes pensadores, tais como Freud, Vygotsky, Piaget, entre outros. Brincadeiras e brinquedos são atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia da criança e favorecem o aprimoramento de algumas capacidades de socialização por meio da interação, da utilização e experimentação de regras e papeis sociais. Mostrando-se como uma espécie de reprodução ou paródia inocente dos acontecimentos sociais vivenciados pelas crianças, as brincadeiras funcionam como um catalisador daquilo que por elas é absorvido. Desenvolver atividades com brinquedos e brincadeiras estimula a criança a possibilitar suas ações coerentes com as representações simbólicas. Com o brinquedo, a criança constrói suas relações com o objeto: relação de posse, de utilização, de abandono, de perda, de desestruturação. Partindo desse pressuposto, pode-se concluir que as brincadeiras podem, também, ser úteis instrumentos à disposição dos educadores, ora como recurso de transmissão de conteúdos didáticos, ora como forma de situar as crianças no contexto social no qual se encontram. O presente artigo tem como principais objetivos salientar a importância dos brinquedos e brincadeiras no processo de aprendizado da criança, mostrando o lúdico como caminho possível para o ensino da leitura na educação infantil. O texto enfatiza o papel que as brincadeiras exercem no processo de aprendizado infantil, quebrando a velha concepção de que o momento de brincar deve ser separado do momento de aprender.