Na atualidade, há preocupação justificada com a quantidade de diagnósticos envolvendo o TEA (transtorno do espectro autista), principalmente em crianças e adolescentes. A estimativa é de que uma em cada 160 crianças apresentem TEA (WHO, 2017). Em caráter interdisciplinar fundamentado nos preceitos de accountability da imprensa e meios de comunicação (CANELA, 2008; CASTELLS, 2015) e em conformidade com a literatura recente sobre transtornos mentais baseada no DSM-5, buscamos analisar como se dá a abordagem do TEA como pauta jornalística em determinados veículos de expressão no país. Considerando a pesquisa dos autores em três revistas de circulação nacional (Veja; Istoé; e Época) no período que compreende todo o ano de 2016 e os quatro primeiros meses de 2017, em um primeiro momento trazemos um panorama da cobertura de tais meios de imprensa a respeito o TEA, com o devido cotejamento das abordagens e diálogos realizados. Após busca no website Movimento Todos Pela Educação, especializado em clipping sobre essa área em particular, tentamos avaliar se a cobertura jornalística no Brasil colabora no sentido de informar a respeito do transtorno e colocar em pauta o cuidado necessário a um diagnóstico envolvendo o TEA ou, do contrário, ajuda a nublar o escopo diagnóstico sem observância do DSM-5, ratifica estigma(s) impreciso(s) e/ou informa erroneamente por motivo de desatualização ou de outro modo. Por conseguinte, a análise da cobertura se faz pertinente no diálogo com a preocupação supracitada no que tange a eventual existência de uma epidemia diagnóstica envolvendo o transtorno do espectro autista e suas implicâncias na saúde infantil.