Entendemos que a principal ferramenta para avaliar o conhecimento de alunos e instituições de ensino são as conhecidas “provas”, a exemplo disso podemos citar o ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio. Com foco um pouco diferente foram surgindo outros tipos de avaliações com objetivos mais específicos, visando a integração, interação e a competitividade entre os alunos, são as conhecidas “Olimpíadas”. As Olimpíadas, no sentido educativo, surgiram com o principal intuito de descobrir novos talentos, principalmente nas áreas das ciências naturais. No entanto, essa forma de “competição” já pré-seleciona seus competidores de acordo com seu capital cultural, justamente pela falta de acompanhamento nos processos educativos, criando assim uma política que exclui os menos favorecidos, que acaba “expondo” o aluno/cidadão aos perigos de “cair” no polêmico assunto de meritocracia. Com foco em apenas uma área da ciência, este artigo tratará especificadamente sobre a “Olimpíada de Biologia”, que com o auxílio do PIBID - Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência, foi aplicada em duas escolas estaduais de realidades distintas do município de Uberaba, MG. O principal objetivo foi acompanhar os alunos nos processos que antecederiam a avaliação e comparar os dois ambientes escolares distintos, analisando às formas de resposta de participação ao método “Olimpíada”, aplicada de forma readequada a cada ambiente, além de avaliar a aceitação dos alunos, o desempenho e o envolvimento. A metodologia de aplicação diferiu entre as duas escolas, o que resultou em diferenças quanto ao aproveitamento por parte dos alunos. Ainda assim, de modo geral, a aceitação do projeto pelas escolas e pelos alunos foi satisfatória, em ambos os espaços o clima de competição aliado ao estudo resultou em grande desempenho e interesse. Por meio dos resultados obtidos, entendemos que a competição em si não é um problema, mas depende de como ela é utilizada, podendo ela ser uma grande aliada nos processos educativos ou uma grande vilã no mesmo. Formar cidadãos é muito mais que algo técnico, e respeitar o capital cultural de cada indivíduo pode ser o principal foco no combate de competições excludentes, que valorizam somente o sucesso de quem as conquista e culpa pelo fracasso os que ficam pelo caminho.