A inserção das tecnologias da informação e comunicação (TIC) no cotidiano das pessoas tem possibilitado o acesso ao conhecimento de maneira mais rápida e ampla ao longo dos últimos anos, ocasionando mudanças significativas. Dentre elas, a forma de interação e comunicação social, que, por sua vez, exige uma reconfiguração das práticas de leitura e escrita, haja vista as características multimodais e multissemióticas que constituem os textos contemporâneos. Essa realidade traz implicações para o ensino de língua materna, que precisa ser enriquecido e ampliado com teorias e práticas pedagógicas inovadoras. Diante disso, propomos nesse artigo uma discussão sobre a importância da associação da teoria com a prática no agir docente, sugerindo uma abordagem reflexiva a respeito da formação de professores, bem como da implementação de uma pedagogia multiletrada na escola, considerando-se a necessidade de se inserir novas práticas de intervenção pedagógica no que se refere ao ensino/aprendizagem da leitura e da escrita, sobretudo, com gêneros textuais advindos do ambiente virtual. Esse exercício tem se tornado eficaz aos professores que lidam diretamente com língua/linguagem, uma vez que seus alunos, nativos de uma sociedade digital e globalizada, sempre interagem com gêneros multimodais em suas práticas sociais, porém, na maioria das vezes, não estão preparados para usá-los no contexto escolar. Para tanto, este estudo fundamenta-se em Rojo (2012), Soares (2004, 2005), Almeida & Moran (2005), Ferreira (2014), Bortoni-Ricardo (2008), entre outros autores, além de enfocar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação - a LDB 9.394/96 - e dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (1997).