A partir das reflexões e problematizações geradoras do projeto de doutorado recentemente iniciado, este trabalho se propõe discutir elementos empíricos e teóricos que apontam para a lacuna na investigação sobre as trajetórias acadêmicas e profissionais, sob o enfoque de gênero, de estudantes que já passaram pelo ensino técnico integrado. Considerando o fato de que a pesquisa de doutorado, de onde parte as reflexões deste trabalho, encontra-se em sua fase inicial de levantamento bibliográfico, a contribuição desta comunicação se concentrará na discussão que ofereça pistas para o debate sobre gênero e trabalho no contexto do ensino profissionalizante. Para tanto, partiremos do levantamento bibliográfico inicial sobre o tema, além das primeiras informações levantadas sobre o lócus da pesquisa e a composição de estudantes ingressantes no IFBA campus Simões Filho em 2007, por sexo. As questões levantadas e as lacunas na bibliografia sobre o tema apontadas até aqui nos levam a insistir na pergunta que dá o título a esse trabalho e nos levam à compreensão de que, na análise da trajetória acadêmica e profissional de jovens egressos/as do ensino técnico, a inter-relação entre educação e gênero não pode ser negligenciada. Ainda que sustentemos a afirmação de que os espaços industriais ou o universo do ensino técnico possam se configurar em ambiente hostil às mulheres, tendo em vista uma socialização que constrói expectativas de gênero excludentes, não é possível deixar de fora a compreensão que as estudantes que se inscrevem em cursos dessa natureza já estão mostrando a força da subversão a essas expectativas de gênero.