Pautado em estudos pós-estruturalistas, foucaultianos, feministas e de gênero, este trabalho pretende analisar se o discurso feminista poderia estar implicado no filme Malévola (2014), produzido pelos estúdios Disney, na construção das feminilidades propostas nesta produção. A “vilã” é apresentada como protagonista da história; os filmes são aqui considerados como um potente espaço de (re)construção de discursos, onde podem ser (re)produzidos, negociados, disputados e exibidos nas telas; também podem romper/modificar as relações de gênero vigentes, estabelecendo conflitos, descontinuidades e rupturas, constituindo-se como espaço de transformação de saberes e práticas. Nessa direção, desejo problematizar a construção dos femininos, priorizando a descrição e análise de possibilidades de emergência de ‘novas’ configurações, da veiculação de discursos em modificação, com um olhar para as possibilidades de feminilidades aí presentes. Considero o filme como uma pedagogia de gênero, que educa os sujeitos e que coloca em funcionamento certas feminilidades, produzindo identidades, atravessados por marcadores de gênero. Reflito se os discursos feministas poderiam estar implicados com a emergência de outras narrativas de feminilidade nessas produções. Estariam os feminismos incorporados a essas narrativas e personagens? Para isso, o aporte teórico-metodológico que será utilizado para embasar esta pesquisa é a análise do discurso, fazendo uso de procedimentos da análise fílmica.