Este trabalho visa apresentar os resultados obtidos a partir de uma pesquisa sobre o núcleo central e a periferia das Representações Sociais da(s) transexualidade(s) entre 27 mulheres (transexuais) que foram e/ou estão em atendimento na Associação de Travestis de Salvador (ATRAS). O instrumento utilizado para coleta de dados comportou informações acerca das características sociodemográficas e da técnica de associação livre de palavras, tendo como termo indutor “Eu mesma, mulher (transexual)...”, seguida da hierarquização, conotação - em termos de positivo, negativo ou neutro - e da justificativa ao termo classificado como o mais importante. Os dados foram processados pelos softwares Evocation 2005 - para identificação da saliência através do quadro de quatro casas - e Iramuteq - para construção da árvore máxima de similitude e identificação da centralidade e conectividade entre os termos evocados. Os resultados mostram a saliência e centralidade dos termos preconceito, mulher, luta e medo. Assim, conclui-se que, para o grupo investigado, o percurso da ‘transição’ do gênero assignado para o autorreferido e o caráter (ainda) inconcluso de seus corpos implicam, em alguns momentos, serem vistas/notadas como ‘estranhas’ e ‘exóticas’. Esses aspectos se traduzem em preconceito, medo e luta, que compõem as suas representações sobre as próprias vivências.