As mídias digitais modificam, além de mediarem, os processos de paquera e “pegação” na contemporaneidade. Os aplicativos, como otimizadores das sociabilidades atuais, são também acionados para viabilizar a busca por parceirxs sexuais e/ou amorosxs. Este artigo objetiva analisar os percursos digitais engendrados por homens durante os processos de paquera e “pegação” no aplicativo Tinder. Para tanto, foi iniciada uma etnografia nesse “app” no final do ano de 2016. As reflexões preliminares que constituem esse artigo contaram com a colaboração de dez homens que residem atualmente na cidade de Sobral-CE. Performatividades de gênero, corpo, padrão “fitness”, visibilidade, cibercultura, performance, ritual e heteronormatividade constituíram as chaves de interpretação da “pegação” digital. Uma das principais constatações parciais dessa pesquisa foi a marcação social da paquera/ “pegação” masculina pelos ditames da heteronormatividade, pela moral da “boa forma” e pela “efeminofobia”.