O presente trabalho trata-se de um revisão bibliográfica, a partir de uma perspectiva antropológica, a respeito dos processos que contemporaneamente caracterizam a constituição da temática “gênero” no contexto escolar, como também a criança como agente no campo dessas análises. O interesse é o de analisar o que dizem as teorias sobre como se processam as relações de gênero no âmbito escolar, enveredando por caminhos que levaram a perceber as fronteiras simbólicas estabelecidas nas interações entre as crianças e educadores, com relação ao gênero. A necessidade encontra-se em pensar os sujeitos e sua condição dentro do contexto em que se encontra inserido, onde a escola seria repensada para responder os desafios que as crianças nos colocam. A escola, enquanto espaço de socialização estruturante no contexto das relações cotidianas ocidentais tem um grande peso tanto na reprodução de determinadas práticas, discursos e valores que concernem à diferença social e às possibilidades de agência dos sujeitos, quanto na possibilidade de transformação dos mesmos. A suposição fundamental desta revisão é que, imersas nesse contexto e em tantos outros, as crianças, na condição de agentes, seres ativos, têm a possibilidade de negociar ideias relativas a seu lugar no mundo. Como resultado, entendemos que a criança não pode ser compreendida fora do seu contexto, sem entender como elas pensam e sem entender o lugar que estas ocupam na sociedade na qual estão inseridas, passando também pela percepção de como a criança tem um papel ativo na constituição das relações sociais