O início do século XX foi um momento importante na disseminação dos ideais eugênicos no Brasil. Intelectuais eugenistas participavam diretamente da formulação de um projeto de nação que levaria o Brasil ao progresso tão almejado. Um dos focos das políticas públicas propostas se referia à questão da raça transformando assim as comunidades negras em seu público alvo. Estas por meio de seus jornais mantinham a comunicação com seus pares na tentativa de aparelhar a emancipação e a integração social principalmente com o incentivo à educação formal. Assim como a classe intelectual eugenista, as comunidades negras neste período estruturaram sua representação em torno da estética e da apresentação de suas mulheres. Estas seriam responsáveis pela disseminação dos predicados da comunidade. No entanto, a grande imprensa mantinha em suas publicações apenas referenciais femininos brancos o que refletia seu anseio de branqueamento e valorização da estética feminina branca. O presente artigo é parte da discussão desenvolvida na dissertação de mestrado e aborda as reelaborações discursivas das comunidades negras recorrendo às imagens das vencedoras dos concursos de beleza negra em 1930 e em 1948.