Os debates sobre gênero e educação nestas últimas conjecturas políticas têm transformado a seriedade ética, militante e política dessas questões em discursos reducionistas, biologicistas e conservadores, onde há imposições jurídicas que incitam o ódio e a segregação pelo modo plural de se experienciar o corpo, os afetos, as emoções, e a tentativa de denega a diversidade e pluralidade humana. O golpe que a educação vem sofrendo exige repensar os lugares de aprendizado, as práticas e os métodos educacionais. Dessa maneira, apresentaremos a experiência com educação popular em espaços não formais de educação com base na extensão universitária com povos de terreiros na cidade de Juazeiro do Norte-Ce, que vem possibilitando o enriquecimento epistemológico e metodológico de se construir uma educação participativa, democrática em uma perspectiva cidadã dentro de territórios não formais de ensino e aprendizagem. Com base nos módulos sobre gênero e diversidade do projeto, percebeu-se a emergência do debate sobre essas questões, fundamentalmente os que envolvem o machismo dentro da religião de matriz-africana, a LGBTfobias e sobretudo a implicação dos terreiros no cenário politico de luta pelos Direitos Humanos. Portanto, em meio aos desafios e possibilidades, construiu-se um aprendizado consciente, critico e participativo conectando os saberes entre a universidade e os terreiros de Candomblé em direção a compreensão da pluralidade e o multiculturalismo presente dentro das instituições quer sejam elas religiosas ou não.