A proposta deste artigo é refletir por um diálogo fecundo sobre as representações das mulheres nas músicas em alguns ritimos nacionais, como pagode e pagofunk, investigando esses repertórios nacionais e contrastando-os com composições mais antigas. Esses ritmos vêm ganhando cada vez mais espaço em diferentes meios de comunicação de massa com televisão, rádio e com o avanço das mídias interativas essas manifestações expandiram/expandem continuamente. Sabemos que cada estilo musical marca época e com estes não tem sido diferente, na atualidade, a vertente artístico-musical insere no seu repertório, letras que representam a figura feminina de forma estereotipada, através de linguagens que difamam a mulher e ínsita o uso do sexo banalizado e ao uso de bebidas alcoólicas. Percebemos nas letras, uma figura feminina transformada em objeto sexual, erotizada e submissa ao homem. “Nossos focos de análise foram às canções: mulher no poder de Piscirico; Santinha e Maravilhosa de Léo Santana”, “pagofunk de Nuwance”, contrapondo com sucessos de artistas como Amelinha e Roberto Carlos. Esse estudo qualitativo apoia-se no paradigma interpretativo dos Estudos Culturais por considerarmos esse, como meio transgressor dos limites socialmente construídos, ou seja, questiona as naturalizações impostas por uma estrutura social dominante. Como resultado dessas análises, observamos que as composições reproduzem e continuam disseminando a imagem de uma mulher deslocada, puro objeto sexual e que a maioria não se dá conta do seu conteúdo de difamação e propaga nos lares, nas festas e em suas relações sociais, ampliando o consumo musical e consequentemente o lucro para o mercado midiático.