O presente artigo tem como objetivo realizar abordagens filosóficas sobre o cenário político de tensão entre os movimentos neoconservadores – aliados com a bancada religiosa – a partir de uma perspectiva histórico-crítica desta conjuntura e o seus impactos em uma democracia representativa. Como metodologia utiliza-se referências bibliográficas como os estudos sobre o avanço do neoconservadorismo no Brasil e na América Latina a partir dos textos de David Stoll (ex-investigador do tesouro americano) e revelar a estratégia neoimperialista por detrás de tal aliança entre a direita política e os ultraconservadores religiosos. A partir destes dados, investiga-se também a relação de confronto e a estratégia da extrema direita de combater a população LGBT através da negação de direitos como elemento para a reafirmação da família tradicional e, consequentemente, os interesses reprodutivos do capital em sua contraofensiva pós-guerra fria. Discute-se que, apesar dos grupos não-heterossexuais serem minorias, não se pode utilizar do argumento democrático para deslegitimar ou desqualificar as minorias, uma vez que os Direitos Humanos estabelecem que todos, sem distinção alguma, possuem direito a vida e a proteção (e proteção não é privilégio). O conflito se dá na disputa hegemônica de convencimento da sociedade, de um lado os conservadores com a falsa argumentação que os LGBTs são minorias e não podem sobressair sobre os demais grupos, de outro a necessidade do grupo de desconstruir tal estigma em afirmar a luta por direitos iguais e equânimes. Conclui-se que é necessário desconstruir permanentemente estas argumentações em favor do respeito pela diversidade como concretização da democracia e liberdade.