A proposta central que permeia este trabalho é investigar como adolescentes negros da periferia do Rio de Janeiro se co/constroem, vivenciam e apresentam suas masculinidades nas escolas. Acreditamos que as masculinidades são construídas com base em projetos de masculinidades hegemônicas, defendidas como modelo único de masculinidade. Contudo principalmente devido ao processo de colonização, os homens negros tiveram suas masculinidades construidas a partir da estrutura falocentrica. Para tal, realizamos uma roda de conversa com 4 alunos negros buscando tentar entender como eles se constroem como negros. Percebemos a força do termo “negão” no discurso dos entrevistados, ao mesmo tempo em que destacam a virilidade, a prontidão para o ato sexual negam a possibilidade da homossexualidade embora afirmem ter tido relações com homens. As falas evidenciaram o medo da violência policial a que estão expostos. Com isso, dar voz a estes garotos pode possibilitar uma maior aproximação entre a escola e as juventudes visando colocar em xeque discursos essencializadas e congelamentos identitários presentes no cotidiano escolar.