O presente trabalho afirma a proposta de incluir a memória LGBT brasileira dentro do paradigma da prevenção combinada. Temos como escopo elaborar um levantamento de corpo documental LGBT da epidemia de HIV/AIDS a fim de tecer possíveis itinerários de pesquisa e adensamentos. Seguimos especificamente via a imprensa homoerótica brasileira num esforço de construir novas memorializações da resposta. Abordamos em especial os primeiros anos da epidemia, desde sua eclosão no início da década de 1980 até a metade da década de 1990 com a chegada dos antirretrovirais. A partir da análise documental podemos identificar o esforço de registro, documentação e circulação de informações acerca dos impactos da estigmatização recaída sobre as comunidades LGBT brasileiras, bem como respostas sociais, epistemológicas e estéticas que essas comunidades produziram. Dentre as inúmeras lacunas ainda não adentradas da memória LGBT, a pornografia homoerótica traz capítulos ainda pouco contados e a partir de uma posição singular.