O presente artigo emerge da análise do cenário político da Bahia e do Brasil frente a vulnerabilidade das mulheres lésbicas e bissexuais. A lesbofobia, nesse contexto, é naturalizada, invisibilizada, não denunciada, consentida pela cultura e pelo Estado brasileiro que não avança no processo de criminalização da lesbo-bi-trans-homofobia no país. Frente a essa vulnerabilidade , um grupo de lésbicas e mulheres bissexuais da Bahia – unidas pelo desejo de construir lesbianidades e feminismos críticos – teceram parceria com a academia e com o Estado para a construção do ENLESBI - Encontro de lésbicas e mulheres bissexuais da Bahia, que, em sua quinta edição, tornou-se um espaço de empoderamente sapatão e enfrentamento feminista através da reflexão coletiva sobre si mesmas e sobre os rumos do movimento de lésbicas e mulheres bissexuais da Bahia. Certas de que esse Encontro é o maior fórum de organização lésbica do Estado, nosso propósito é discutir seus princípios políticos e estratégias de organização, assim como refletir sobre o papel da universidade no processo de auto organização das lésbicas, aqui entendido como trilha de empoderamento feminino. Como sujeitas imbricadas na organização do ENLESBI, tomando a experiência subjetiva como ponto de partida da reflexão, ressaltamos que esta comunicação, situada no campo dos estudos lesbifeministas, não se pretende um discurso de verdade sobre o fenômeno em pauta, mas um ponto de vista situado, marcado pela subjetividade de quem acredita e corrobora com o processo de auto-organização das lésbicas desde o enlace entre a universidade e os movimentos sociais.