Este trabalho é resultado do estudo da obra Corações, Blues e Serpentinas (2007), de autoria de Lima Trindade, escritor responsável por adicionar à ficção baiana obras que abarcam identidades e diversidades sexuais. Afim de promover uma leitura atrelada ao queer, o objetivo da discussão é compreender de que forma as personagens que diferem da matriz heterossexual declinam dos aparatos discursivos para adentrar em uma esfera mais crítica e consciente da própria sociedade. A teoria queer propõe a descentralização de dicotomias identitárias fixadas e entende que às diversidades não operam o diverso somente para as homossexualidades, mas para todos e todas em orientações e dissidências sexuais. Sendo assim, a leitura proposta nesse estudo, visa colocar em xeque as tramas e representações de sujeitos e seus desejos, afetos, identidades ou medos em liberar-se das prisões, das gavetas e armários que ora são arrombados, ora são trancados. A estratégia metodológica adotada é utilizar um marcador da instabilidade identitária (o queer) para analisar a obra de Trindade e para sustentar a discussão, teóricos como Richard Miskolci(2009), Guacira Lopes Louro(2004) e Judith Butler(2003) foram acionados.