Em tempos de crise estrutural do capital, o complexo da educação é reconfigurado visando atender a manutenção e reprodução das taxas de lucro. Assim sendo, partindo do pressuposto de que a educação se transforma em importante instrumento político-ideológico na formação das consciências da classe trabalhadora em prol da governabilidade e sustentabilidade do capital, o artigo ora apresentando, de natureza teórico-bibliográfica e documental, apresenta como objetivo analisar a categoria economia do conhecimento presente nos documentos estratégicos do Banco Mundial dando ênfase aos Relatórios de Monitoramento Global de Educação para Todos (EPT) e às declarações resultantes dos inúmeros fóruns e conferências da EPT, realizados, sobretudo, a partir da década de 1990. Ancorados na ontologia marxiana, procuramos desvelar os nexos e contradições da relação educação e economia presentes nos principais documentos que traçam as diretrizes da Educação para Todos nos países pobres e tomadores de empréstimos. Diante do exposto, constatamos nos documentos examinados que estes trazem em seu bojo o caráter economista de uma educação voltada para o mercado e, portanto, uma variável econômica indispensável ao desenvolvimento das sociedades ditas do conhecimento do século XXI. Contudo, asseveramos que a falácia em torno da educação como um investimento constitui-se um mecanismo ideológico para a reprodução do capital em crise, contribuindo cada vez mais para a hegemonia dos países de capitalismo avançado que controlam as nações periféricas por meio do Programa de Educação para Todos.