A formação docente na contemporaneidade possui diversos meios, no que diz respeito à metodologia do ensino de Literatura na sala de aula. Vale ressaltar que a didática da literatura pode contar com teorias semióticas e cognitivas auxiliadas, na maioria das vezes, pelas Tecnologias de Informação e Comunicação, as chamadas TIC’s, no ensino-aprendizagem da leitura literária. Entretanto, o característico da leitura literária é que o leitor seja modificado pela Obra, e que esta, pelo leitor. Ora, como medir estes fatos? Na escola, nem se verifica o que se modifica no leitor com a leitura da Obra, nem tampouco, o que se modifica na Obra pelo leitor. Todavia, no século XXI, na França e no Canadá, diversos pesquisadores da didática da Literatura se inquietaram e buscaram meios de favorecer um ensino da disciplina em questão que corresponda ao aluno deste século, que lhe abra horizontes para a entrada de sua subjetividade na leitura do texto literário. E apresentam-nos, esses teóricos um lugar à análise da subjetividade desse leitor modificador de Obras. Neste estudo, o objetivo geral é apresentar uma proposta de ensino da leitura literária para ser aplicada na escola visando a promover a explicitação da subjetividade do leitor na leitura do texto literário. Os objetivos específicos são a) verificar o que foi mudado na Obra pela leitura do leitor literário. b) analisar a subjetividade necessária e acidental do leitor literário. A metodologia desta pesquisa é de cunho qualitativo. A análise da subjetividade aqui proposta será feita com um trecho da Obra literária com a qual trabalhamos na sala de aula do Mestrado Profletras da Universidade Federal de Pernambuco, a saber, Como um romance de Daniel Pennac. O aporte teórico-metodológico deste estudo se baseia em Jouve (2004) com a teoria da leitura como retorno a si; de Iser (2010) com o apelo do texto e de Rouxel (2004) com o ensino da leitura literária.