Resumo: O trabalho a ser apresentado se deriva de uma pesquisa em curso que traz como temática a constituição de identidades negras de discentes moradores de uma comunidade remanescente de quilombola numa cidade da Paraíba. O interesse pelo assunto originou-se ao se observar que alunos(a), habitantes dessa comunidade, em situações do cotidiano escolar, revelavam que pouco sabiam sobre seus antepassados e que alguns não se auto declaravam negros. Inquietações em torno desse posicionamento, levou-nos a indagar: Como se constituem discursivamente as identidades de alunos(as) pertencentes a essa comunidade face ao seu pertencimento racial? Com o objetivo de analisar como se constituem discursivamente identidades desses(as) discentes ante o seu pertencimento racial, sobretudo no contexto escolar. A investigação de natureza qualitativa e interpretativista se situa no campo da Linguística Aplicada e adota a concepção de língua como prática social (LOPES 2006, 2003, 2002). Utilizam-se concepções da Análise de Discurso Francesa (AD), tais como memória discursiva e interdiscurso, teorizações foucaultianas acerca das relações de poder (FOUCAUL 1987, 1988, 1989) e teorias sociais (BAUMAN 2005), (HALL 1997), (MUNANGA & GOMES 2016). Como procedimentos metodológicos, adotam-se questionários, entrevistas, grupos focais com os(as) discentes. Os resultados preliminares apontam que os(as) discentes quilombolas constituem seus projetos identitários atravessados por práticas discursivas que produzem sentidos acerca de identidades cambiantes em que se instauram relações de poder (FOUCAULT 1989).