A escola é um dos meios de propagação da literatura afro-brasileira, não só pela quantidade de pessoas que assiste, mas, principalmente, pela diversidade de pessoas que formam o público a permear esse espaço. Tendo em vista a igual necessidade de identificação dos jovens educandos com a etnia a que pertencem, percebemos a literatura afro-brasileira como uma forma de promover uma reflexão em seus leitores, de forma específica, os que estão em fase escolar. O presente trabalho tem como objetivo suscitar, a partir da leitura do conto “Incidente na Raiz”, de Cuti (1996), uma discussão sobre reconhecimento e identificação étnica, partindo dos fenótipos e do discurso de negação apresentados pela protagonista do texto. Para tanto, faz-se necessário uma reflexão sobre os padrões de beleza estimados pelas pessoas, nesse caso, mulheres e, além disso, a força ainda exercida pela mídia na perpetuação ou na criação de novos modelos do belo. Destacamos os seguintes teóricos como fundamentais para a realização desse trabalho: Munanga (2008), sobre a mestiçagem no Brasil; Gomes (2008), no que diz respeito à estética corporal da mulher negra como forma de identificação étnica; Amâncio (2014), sobre a formação do leitor e leitura de literatura afro-brasileira nas escolas; Cosson (2014), sobre as possibilidades de leitura literária; e Sodré (2015), sobre a identidade do povo brasileiro. A presença da literatura afro-brasileira nas escolas pode proporcionar a professores e alunos um conhecimento acerca da cultura negra, gerando