MILREU, Isis. Considerações sobre a coleção “antiprincesas” (2015-2016). Anais VI ENLIJE... Campina Grande: Realize Editora, 2016. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/25926>. Acesso em: 22/11/2024 05:00
Em 2015 surgiu a coleção “Antiprincesas”, escrita pela jornalista argentina Nadia Fink e publicada pela editora independente Chirimbote. Atualmente, a referida coleção é composta por quatro livros que contam, respectivamente, a história da pintora mexicana Frida Kahlo, da cantora chilena Violeta Parra, da militar boliviana Juana Azurduy e da escritora brasileira Clarice Lispector. Dessa maneira, percebe-se que a coletânea reúne histórias de mulheres que realizaram importantes ações no âmbito cultural e|ou social de vários países da América Latina. Outro ponto em comum entre as protagonistas é o fato de que transgrediram os padrões sociais de sua época. Logo, a escolha dessas personagens justifica o título da coleção: “Antiprincesas”, o qual questiona a tradicional concepção do papel feminino, simbolizado na figura passiva da princesa, trazendo em contrapartida histórias de mulheres ativas. Além disso, o fato de as protagonistas serem oriundas de diferentes países proporciona reflexões sobre o conceito da literatura infantil latino-americana, um dos assuntos que examinaremos neste estudo. É importante destacar que as narrativas foram traduzidas para o português em tempo recorde e obtiveram uma recepção surpreendente do público brasileiro, em comparação com outras obras infantis do mundo hispânico. Desse modo, um dos objetivos deste trabalho é tecer algumas considerações sobre as razões do êxito da coleção “Antiprincesas”, particularmente, no Brasil. Também apresentaremos a estrutura dos quatro livros da mencionada coletânea e os seus principais elementos narrativos, avaliando sua qualidade estética e o seu conteúdo a partir das contribuições teóricas dos autores Cademartori (1987), Cunha (1991) e Díaz (2011), entre outros.