Artigo Anais VI ENLIJE

ANAIS de Evento

ISSN: 2317-0670

NEGAÇÃO IDENTITÁRIA NO CONTO “INCIDENTE NA RAIZ”, DE CUTI (LUIZ SILVA)

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Publicado em 31 de agosto de 2016

Resumo

O presente artigo tem como objetivo analisar a questão da construção e representação da identidade negra presente no conto “Incidente na raiz”, de Cuti (Luiz Silva). Para tanto, começaremos inicialmente por fazer uma breve retrospectiva do percurso histórico dos negros no Brasil, refletindo principalmente sobre o período escravocrata brasileiro, uma vez que foi a partir dele que se construiu uma imagem negativa do povo e da cultura negra ao longo de muitos anos. Após o período da escravidão, a presença do negro na sociedade não passou por grandes transformações, pois, apesar de não serem mais forçados a trabalhar como escravos, eles não alcançaram nenhum tipo de reconhecimento, continuando a serem tratados com indiferença. Estando à margem, o negro teve ao longo do tempo sua imagem pintada sob diferentes tensões que impediam a legitimação de uma identidade e de um sentimento de pertença a uma raça e a um povo. Na Literatura o negro foi, durante muitos séculos, representado por meio de uma imagem estereotipada. Os personagens negros e descendentes de negros eram travestidos de maneiras variadas, mas nenhuma conseguia enxergá-los como protagonistas de sua própria história. O negro só se torna sujeito de sua enunciação efetivamente a partir de vozes precursoras nos anos de 1930 e 1940, fazendo com que surgissem nas décadas seguintes, vários grupos de escritores ou descendentes de negros que tinham como objetivo, marcar em suas obras a afirmação da cultura negra, bem como mostrar a realidade do negro na sociedade brasileira. Esse engajamento fez com que os negros dentro do âmbito literário tivessem voz. Dessa maneira, refletiremos no conto “Incidente na raiz” o modo em que a identidade da pessoa negra se apresenta e se constrói na narrativa. Partindo desse pressuposto, contaremos com o apoio teórico de autores como Fonseca (2006), Gomes (2008), Filho (2004), Hall (2014) e Bauman (2005).

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