O presente trabalho consiste em apresentar uma proposta de estudo crítico literário bem como psicanalítico da obra Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, no intuito de analisar através de um olhar psicanalítico a toca, a casa e o jardim e a sua representação simbólica, no se refere a espaço narrativo, ou seja, analisar como a configuração do espaço na obra interfere nas atitudes da personagem principal. Escolhemos este tema como objeto de estudo, por existir uma escassez no tocante ao espaço narrativo na obra. O que percebemos é que a maioria das pesquisas realizadas está centralizada na personagem Alice, deixando de averiguar outros aspectos que são postos no conto, e que, por sua vez, são relevantes para desenrolar da história. Nesse sentido, percebemos a pertinência do estudo voltado à percepção dos elementos psicanalíticos inerentes a obra, principalmente, sobre as questões relativas à teoria do inconsciente de Freud, repensando a construção e pertinência de alguns espaços na obra, através de seu posicionamento discursivo e de sua construção simbólica. Assim, o uso de elementos fantásticos, na obra “Alice no País das Maravilhas”, traduz de modo literário a tentativa de aproximação do desejo de fuga do real para o mundo imaginário (inconsciente). Este cenário justifica a análise aqui proposta e, para tal, valemo-nos dos conceitos de BORGES FILHO (2008), BOURNEUF e OUELLET (1976), FREUD (1987), NEVES (2013) e SILVA (2011), além da leitura prévia da obra.