O texto literário deveria ser o principal suporte para a valoração da leitura na escola, mas esbarra em modelo de ensino que o utiliza para vieses de outra natureza. Buscamos, nesta comunicação, apresentar um relato acerca da prática de leitura em sala de aula a partir da literatura de cordel, um gênero tipicamente popular, propenso à assimilação por leitores iniciantes e adiantados, mas, infelizmente, ainda sem lugar nos currículos escolares. Para esse fim, recorremos a teóricos que destacam a importância da cultura popular, da qual o cordel emana: ABREU (1999); CASCUDO (2004), RIBEIRO (1987), BATISTA (2007), ao lado de outros que destacam a importância de sua configuração estética comunicativa: FERREIRO (1983); PINHEIRO & LÚCIO (2001); MARINHO & PINHEIRO (2012). Para esse fim, utilizamos folhetos de Leandro Gomes de Barros (s/d), José Pacheco (s/d) e livro de Patativa do Assaré (2012). Assim, o texto apresenta uma avaliação sobre temas discutidos em sala, tais como a história cultural do cordel; a denúncia sobre a extinção dos folhetos e da xilogravura que ilustra as capas; a recepção das experiências de leitura com ênfase para a metrificação, que foi explorada por meio de cantorias, palmas, declamação de estrofes e violão.