A informação sensorial é um integrante essencial do sistema motor, já que constitui a via aferente das informações que chegam ao sistema nervoso, propiciando o feedback necessário para o desempenho motor. Disfunção em qualquer ramo dessa via sensitiva pode comprometer a qualidade do movimento culminado em complicações funcionais significativas para o paciente. Individuo acometidos por Acidente Vascular Encefálico (AVE) comumente apresentam sequelas sensório-motoras, além de transtorno de aprendizado e memória que interferem diretamente na realização das atividades da vida diária. Com o envelhecimento populacional ocorrido nas últimas décadas, no Brasil, houve um aumento na ocorrência de AVE, visto que, dois terço dos casos ocorrem após 65 anos e esse risco duplica a cada 10 anos após os 55 anos. O estudo teve como objetivo verificar os efeitos da reabilitação sensorial em hemiparéticos idosos atendidos em um projeto de extensão. O estudo foi realizado na Clínica Escola de Fisioterapia da UEPB durante o projeto “Ser e Sentir: Reabilitação Sensorial para hemiparéticos” em 2011. Foram considerados os aspectos éticos relativos à pesquisa com humanos. A amostra foi composta por 8 hemiparéticos crônicos, com idade entre 42-70 anos, constando de 4 indivíduos de cada gênero. Os indivíduos foram avaliados por meio da Escala de Avaliação Sensorial de Nottingham e submetidos a reabilitação sensoriomotora em grupo utilizando o método Rood e imagética motora, duas vezes por semana, durante 6 meses. Os dados foram coletados antes e após o período de intervenção e analisados por meio do SPSS 20.0, para tanto se aplicou o t-teste pareado para testar a hipótese de nula, sendo adotado um nível de significância de 0,05. Os pacientes apresentaram uma melhora significativa para sensibilidade na Avaliação de Nottingham (t=-2,93; p=0.02). A reabilitação sensorial, geralmente negligenciada durante o tratamento das sequelas deixadas pelo AVC, é possível tendo em vista a utilização de métodos adequados. Embora não tenham sido avaliados nesse estudo, acreditamos as estratégias de atendimento em grupo, utilização de músicas e abordagens cognitivas também propiciam maiores inputs sensoriais e devem ser utilizadas durante a reabilitação desses indivíduos.