EULÁLIO, Marcela De Melo Cordeiro et al.. O poético envelhecimento em mário quintana. Anais III CIEH... Campina Grande: Realize Editora, 2013. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/2936>. Acesso em: 22/11/2024 22:44
O envelhecimento é uma fase pela qual todos os seres humanos passam, embora, muitas vezes, não seja muito fácil aceitar tal fase da vida; ou por se sentirem sempre jovens ou por razões diversas. Todos nós passamos pela “envelhescência” que é uma preparação do ser humano para entrar na velhice, assim como, a adolescência é uma preparação para entrar na maturidade. Contudo, vale destacar que o peso ideológico da palavra “envelhescência” não é, para alguns indivíduos, o mesmo que o termo adolescência, uma vez que muitas pessoas percebem a velhice como um período da vida carregado de muitos fatores negativos. No entanto, o termo “envelhescência” não tem, necessariamente, o sentido de decadência física cognitiva e psicológica, mas remete-se ao período de tempo do ser humano, ou seja, um período contínuo da vida (MENDES, 2012). Tendo em vista o tema aqui abordado, envelhecimento, lembramos do poeta brasileiro, Mário Quintana, cuja temática de sua obra está voltada para o tema em questão. Assim, temos como objetivo, no presente trabalho, analisar o tema envelhecimento nos poemas Poema da gare de Astapovo e Envelhecer, de Mário Quintana, observando como o autor retrata a forma pela qual o idoso é tratado em nossa sociedade. Será o idoso tratado como um empecilho para sociedade? Ou será ele tratado como um patrimônio que guarda diversas recordações memoráveis, como no continente africano? À luz dos poemas de Mário Quintana, refletiremos sobre o impacto da velhice na nossa sociedade, ressaltando-se como as pessoas sentem essa fase das nossas vidas. Para tanto, fundamentamo-nos em Mendes (2012), Santos, Andrade e Bueno (2009), no que concerne à abordagem da noção de “envelhescência”, destacando diversos fatores como os neurológicos, os epidemiológicos e os mentais, além de, Carolino, Soares e Cândido (2011), que nos apresentam reflexões necessárias quanto à cidadania no âmbito do envelhecimento. Com base nos resultados que obtivemos a partir das nossas análises, pudemos observar que há, na nossa sociedade, certa recusa ao que se refere ao envelhecimento, pois as pessoas parecem ter medo da velhice e, ao mesmo tempo, parecem não saber como lidar com seus velhos. Na verdade, existe uma contradição entre ter medo de ficar velho e não tratar os velhos da forma correta, ou seja, como seres experientes, vividos e necessitados de uma convivência na qual se sintam muito amados.