Introdução: Bons níveis de desempenho físico promovem redução dos efeitos deletérios do envelhecimento, reduzindo sua necessidade do consumo de fármacos. O uso de fármacos traz dois prejuízos ao idoso: aumento do custo de vida em função do consumo do fármaco e modificações bioquímicas no organismo. Desta forma, é importante verificar os efeitos de um estilo de vida ativo no consumo de fármacos e alterações bioquímicas de idosos. Objetivos: Comparar o desempenho físico com a estimativa do custo com fármacos e parâmetros bioquímicos de idosos ativos frequentadores de Centro de Convivência com idosos de instituição de longa permanência. Métodos: O estudo foi aprovado no comitê de ética do Hospital Universitário Júlio Muller (Protocolo n° 162.999/2012). Participaram do estudo 53 idosos, com idade ≥ 65 anos, de ambos os sexos, na cidade de Cuiabá-MT, sendo 39 idosos praticantes de hidroginástica há mais de um ano no centro de convivência (CC), e 14 idosos de instituição de longa permanência (ILP). Após contato foi coletado o consumo de fármacos, retirados das receitas médicas. A coleta sanguínea foi realizada no ambulatório do Núcleo de Aptidão Física, Metabolismo, informática, Esporte e Saúde (UFMT) e na instituição de longa permanência para as seguintes analises: triglicérides, HDL-colesterol, glicemia e interleucina-6. Ainda, o desempenho físico foi avaliado pelos testes de flexão de cotovelo (FC), andar seis minutos (AS) e sentar e levantar da cadeira (SL) descrito por RIKLI e JONES. Foi realizada a análise descritiva das variáveis e o teste de Shapiro-Wilk, também foi realizada a análise para comparação dos grupos, teste t de student para amostras paramétricas e, Mann-Whitney para amostras não paramétricas, utilizando o nível de intervalo de confiança de 95% e p≤0,05. Resultados: Os participantes do estudo apresentaram média de idade de 76±7 anos na ILP e 72±6 anos no CC. Ao compararmos os grupos, apenas não houve diferença significativa no custo de fármacos e exame bioquímico de triglicérides (p>0,05). Observamos que o grupo dos idosos asilados [4,8; IC (95%): 1,5 – 18,4] apresentaram concentrações maiores de interleucina-6 que os idosos ativos [1,5; IC (95%): 1,5 – 1,5]. Ainda os idosos ativos tiveram melhores resultados no HDL (41,9±8,6), FC [7; IC (95%): 3 – 16], AS (399±97) e SL [8; IC (95%): 0 – 13] do que os idosos asilados HDL (32,7±7,6), FC [5; IC (95%): 2 – 8], AS (229±110) e SL [6; IC (95%): 1 – 7], mas na glicemia ocorreu ao contrário [97; IC (95%): 81 – 262], [82,5; IC (95%): 64 – 192], respectivamente. Conclusão: O estilo de vida ativo mantém as capacidades físicas e favorece o controle da interleucina-6 como o HDL. Contudo o número de participantes da ILP foi muito inferior ao do CC o que pode ser um fator limitante para o resultado. Ainda, levantamos as hipóteses de que as ILP passam por muitas dificuldades em manter a estrutura e seus funcionários, além dos recursos financeiros dos idosos serem escassos para suprir o custo com fármacos, talvez, por isso encontramos maior custo para os idosos ativos comparados aos inativos.