A brincadeira está significativamente ligada à criança. O brincar permite à criança viajar no mundo da imaginação, da espontaneidade, do prazer, o que permite a recreação, estimulação e socialização no ambiente onde está inserida. Com a criança hospitalizada o ato de brincar pode contribuir para a promoção e recuperação da saúde, pois brincando e com interações lúdicas pode-se facilitar a compreensão das crianças sobre que está acontecendo com ela. O convívio hospitalar é visto pela criança como uma experiência desagradável, acompanhada de medo, ansiedade, dor, além de sensações de abandono e culpa. Com o intuito de tornar a hospitalização mais digna e considerando a criança hospitalizada na sua totalidade, os discentes inseridos no projeto de extensão Enfermeiros do Riso, desde 2007, têm promovido atividades lúdicas e educativas, contribuindo com a formação de novas atitudes sociais, respeito mútuo, cooperação, relação social e interação, das crianças hospitalizadas. Diante do exposto, objetivou-se descrever como as brincadeiras e a ludoterapia podem ajudar no processo de aprendizagem das crianças e proporcionar humanização no ambiente hospitalar. Estudo descritivo, tipo relato de experiência, contemplando as atividades desenvolvidas pelos extensionistas, no Hospital Municipal Infantil de Imperatriz-MA, durante o período de 2014 a junho de 2016, dentre elas crianças, acompanhantes e profissionais da instituição, que de alguma forma participaram das atividades de educação em saúde desenvolvidas pelos discentes. Os ambientes férteis para a aprendizagem e o desenvolvimento da criança devem ser preparados intencionalmente, voltados para socialização e aprendizado. A educação em saúde é um recurso por meio do qual o conhecimento atinge a vida e o cotidiano das pessoas favorecendo a compreensão de questões relacionadas à saúde, doença e prevenção. Desta forma, a educação em saúde favorece a aquisição de conhecimentos que colaboram com o bem estar físico, social e ambiental dos cidadãos. Entre 2014 e junho de 2016 foram abordadas 1.877 pessoas entre crianças, acompanhantes e profissionais da instituição, que de alguma forma participaram de ações desenvolvidas pelos discentes que fazem parte do projeto de extensão Enfermeiros do riso. A ludoterapia foi um recurso usado para fazer orientações sobre higienização corporal, oral e das mãos, cuidados com a ferida operatória, alimentação saudável, abordagem da pedagogia hospitalar, pintura facial e contagem de estorinhas, abordagem religiosa. As técnicas usadas pelos discentes abrangeram contar histórias, leitura em voz alta, teatro, filmes infantis, os quais tinham a perspectiva terapêutica na intenção de sobrepor momentos de angústia, ansiedade, medo, adaptação e solidão, reduzindo seus níveis de estresse, contribuindo com a autoestima dessas crianças e acompanhantes. Observou-se que o uso da ludoterapia para fazer atividades educativas ajudou a criança a entender a importância dos procedimentos médicos realizados com elas, possibilitando uma melhor interação com a equipe de enfermagem. Concluiu-se assim, que a brincadeira, de fato, ameniza os traumas da internação, portanto, não deve ser considerada como uma atividade de tempo livre, mas sim como parte do tratamento, otimizando a intervenção e diminuindo o tempo de internação.