Envelhecer é um processo normal a todos os indivíduos e a literatura relata ser a gerontologia, uma ciência de desafios científicos e sociais na investigação de condições que interfiram no bem estar de pessoas idosas. Porém junto a este processo estão alterações de declínio orgânico, associadas ou não às doenças crônicas não transmissíveis. A fitoterapia, caracterizada pelo uso de plantas medicinais em diferentes formas farmacêuticas sem isolamento de substâncias ativas é uma prática milenar permeada entre gerações e muito usada por idosos. Pelo fato do baixo custo dos medicamentos de origem vegetal e o conceito errôneo que seu uso é sempre inócuo, muitas vezes sem prescrição, torna pessoas idosas vulneráveis aos riscos de interações e à polifarmácia. O uso de vários medicamentos, acabam por interferir no apetite, no consumo de alimentos e na absorção de nutrientes e dos princípios ativos, através da alteração esvaziamento gástrico, do pH do conteúdo intestinal e aumento peristalse do mesmo, competição pelos sítios de absorção, alteração do fluxo sanguíneo esplâncnico ou ligação direta do fármaco com nutrientes, além de antagonismos com vitaminas etc., podendo aumentar o risco de desnutrição e sabe-se que além de plantas e fitoterápicos apresentarem certo grau de toxicidade e interações, cada planta possui uma forma diferente de utilização, a depender do tipo e da parte específica da planta que contém o fármaco. Esta pesquisa exploratória, qualitativa foi baseada em levantamento bibliográfico sobre uso e conhecimento da fitoterapia e plantas medicinais por pessoas idosas. Mesmo com a orientação da OMS e da Política Nacional de Práticas Integrativas no SUS em 2006, esta prática ainda não atinge parcela significativa da população suscitando a necessidade de estimular essa terapia que comprovadamente tem menor custo e é mais acessível a população O termo “fitoterápico” é desconhecido à maioria dos grupos e são consumidos por parcela pequena, não ultrapassando 15%. Ervas e plantas medicinais, são consumidas pela maioria dos entrevistados (acima de 70%). A aquisição dos fitoterápicos ocorre em drogarias, farmácias de manipulação e vendedores ambulantes, enquanto que as ervas medicinais e medicamentos a base destas, se dá principalmente em ervateiros, farmácias e supermercados, as outras fontes como coleta na rua, ganhar de vizinhos, sendo o cultivo doméstico pouco relatado. Não houve relato de aquisição de fitoterápicos ou ervas medicinais através do SUS. As formas de preparo identificadas foram infusão, decocção, e maceração, demonstrando a preparação adequada, embora haja necessidade de orientação acompanhamento por um profissional habilitado. A auto medicação é comum, demandando a necessidade de estímulo da prescrição por profissionais capacitados e a população deve ser orientada sobre formas de aquisição e preparo, que garantam como consumo em doses adequadas e seguras. É necessário um novo plano de incentivo à prescrição e consumo de corretos, por ser terapia mais econômica, de menor toxicidade. Para nutricionistas, representa mais uma ferramenta de trabalho para maior eficácia da prescrição e no acompanhamento nutricional de idosos, contribuindo para a qualidade de vida destes completando o cuidado integral à pessoa idosa.