Vidas Secas: Uma experiência de leitura coletiva da Educação de Jovens e Adultos consiste em um relato de experiência desenvolvida no 3º Ano do Ensino Médio da Educação de Jovens e Adultos (EJA), na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio José Bronzeado Sobrinho em Remígio-PB. As aulas da disciplina Língua Portuguesa têm sido, tradicionalmente, fragmentadas em três partes tratadas como distintas: gramática, produção textual e literatura. Desses três fragmentos da disciplina, há uma tendência em priorizar a gramática e a produção textual, deixando a literatura para um segundo plano ou, até mesmo, deixando-a de abordá-la. Por considerar a literatura como parte indispensável do ensino de língua portuguesa, parte indissociável, pelo seu papel de proporcionar reflexões e compartilhamento de experiências, nos tornando, assim, mais humanos é que resolvemos desenvolver esse trabalho. O principal objetivo das atividades foi proporcionar uma leitura integral de um romance de nossa literatura, Vidas Secas de Graciliano Ramos, e para análise recorreu-se a autores como Bosi (1981), Candido (2004), Fiorin (2009), Pinheiro (2006), Zappone e Wielewicki (2009) e Zilberman (1991). Conclui-se que a leitura do texto literário em sala de aula tem sido um evento pouco estimulado e, quando acontece, tem sido enfadonho, assim, a experiência resultou bastante positiva para o letramento literário na EJA, pois além de conquistar alunos que não tinham nenhum interesse pela literatura, contribuiu para que percebessem que a literatura, apesar de ser ficção, traz muitas experiências de vidas que dialogam com a vida de cada leitor, seja para reafirmar verdades construídas, ou para negá-las.