Resumo:
Este artigo é um relato da experiência de intervenção junto a turmas do 4º e 5º ano por alunas do grupo de pesquisa Dialogando com a Diversidade Étnico-Racial, do curso de Pedagogia da UEPB, coordenado pela professora Margareth Maria de Melo. Esta atividade faz parte do projeto de iniciação científica (PIBIC/CNPq), cota 2015-2016, intitulado: "A prática Docente e a História do Povo Negro", que teve início com o estudo sobre a temática africana e afro-brasileira, bem como, o ensino de história nos anos iniciais do ensino fundamental. O objetivo do artigo é destacar as várias fases vivenciadas, em especial, a intervenção através de oficinas temáticas. A metodologia de pesquisa qualitativa nos/dos/com os cotidianos (ALVES, 2008), desafiou para um mergulho na realidade das três escolas públicas escolhidas e exigiu uma revisão bibliográfica com leituras e discussões dos textos no grupo de pesquisa permitindo um novo aprendizado e condições para enfrentar o momento seguinte de pesquisa de campo, com a realização de oficinas para professoras e alunos. Neste texto tivemos o aporte teórico e metodológico dos seguintes autores: Alves (2008), Oliveira (2012), Albuquerque e Fraga Filho (2006), dentre outros. Os documentos que trabalhamos foram os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de Pluralidade Cultural (BRASIL, 2001) e as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Etnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana (BRASIL, 2004). Diante da vivência do cotidiano do ensino da temática africana e afro-brasileira tivemos a possibilidade de superar medos e preconceitos acerca da sala de aula, nos proporcionando assim, uma visão realista e prática sobre o ensino. Constatamos a necessidade de formação continuada para as professoras e a responsabilidade da universidade de fazê-lo, visto que não basta identificar a lacuna através da pesquisa é preciso contribuir com a melhoria da escola pública. Por fim, esperamos que esta experiência contribuísse para a identificação do racismo presente nos cotidianos escolares. Como também, para a discussão da temática numa perspectiva de integração pesquisa, extensão e ensino com a questão afro-brasileira permitindo que professoras, alunos/as e pesquisadoras se sentissem sujeitos da história, colaborando com a formação de professoras sensíveis ao racismo presente nas redes de relações dos cotidianos escolares.