RESUMO: O objetivo deste trabalho é apresentar discussões sobre um tema bastante pertinente que é a temática da cultura e identidade Surda na realidade de Cajazeiras-PB, considerando que a educação deve ser vista como um campo com perspectiva de inclusão da cidadania. Os Estudos culturais se constituem um campo teórico de conhecimento e não uma disciplina específica. Com isso, há um chamamento a todas as áreas do conhecimento, principalmente às ciências sociais, para uma reflexão maior sobre o conceito plural de cultura, com um olhar voltado para a construção de identidades, tendo como base a diferença e a alteridade dos indivíduos. Na perspectiva dos Estudos Surdos e dos Estudos Culturais, muitas desconstruções de representações do outro/a são possibilitadas, pois os Sujeitos Surdos/as não devem ser considerados pessoas com deficiência, mas uma minoria linguística, formadora de opinião e de uma cultura própria. Esta visão de uma cultura única vem sendo mudada, pois a concepção de uma identidade única e estável não valoriza os sujeitos nas suas diversidades, pois este está sendo composto não de uma única, mas de várias identidades que muita das vezes é contraditória e mal resolvida. Utilizou-se como pressupostos metodológicos a revisão bibliográfica, baseada na discussão teórica em relação a Cultura e Identidade dos Surdos/as na realidade de Cajazeiras-PB. Foi utilizada foi uma análise das falas de um Surdo e de uma Surda que participaram do primeiro setembro azul dos Surdos/as da cidade de Cajazeiras, realizado de 21 a 25 de setembro de 2015. O objetivo dessa análise foi ver a voz de quem passou ou está passando pelo processo de construção de identidade. Mediante os dados analisados constatou-se, que para o indivíduo interagir com seus pares de forma significativa, faz-se necessário que todos se comuniquem e usem a mesma língua. Assim fica evidente, nesta discussão, que o processo de construção de identidade se dá pelo envolvimento do outro/a com grupos específicos que partilhem de um mesmo universo cultural. Constatou-se também a relevância da presença de profissionais Surdos/as na educação para que o grupo perceba que eles também são capazes, mas para isso, precisam lutar e aceitar a Língua Brasileira de Sinais. Uma vez esta língua é instrumento de poder e força para construção da identidade.
Palavras-chave: LIBRAS. Cultura. Identidade. Diferença. Educação de Surdos.