Estudos na área da Educação Especial e Inclusiva vêm demonstrando o crescente número de alunos matriculados nas instituições de ensino regulares e superiores. Contudo, também vêm revelando a antiga conjectura da aquisição do conhecimento múltiplo fornecido, enriquecido e oferecido em tais instituições. Diante disto, é ensejo nosso evidenciarmos que os alunos surdos inseridos no contexto escolar inclusivo ainda estão à mercê de uma didática e/ou metodologia que os compreenda e os atinja em pé de igualdade com os ouvintes, que por muitas vezes estão a frentes daqueles devido ao fato de os surdos terem a língua portuguesa como segunda língua. Essa segunda língua recai sobre o sujeito surdo como uma barreira linguística, visto que é através dela que não apenas os livros didáticos, senão também a literatura educacional são escritos majoritariamente em Língua Portuguesa, o que faz com que os surdos precisem aprender “um novo idioma” para usá-lo como base, como instrumento, para a aquisição dos novos saberes. Nesse contexto, os professores se veem às voltas quanto à transmissão dos conteúdos de forma equitativa, isto é, que não subjugue a classe discente ouvinte diante da surda e vice-versa. Assim, este trabalho surge como uma proposta e constatação de que é possível, sim, lecionar a alunos surdos e ouvintes sem que haja opressão ou inferioridade de uma classe diante da outra. Para tanto, nossa metodologia se baseia no ensino de um conteúdo comum aos 1º anos do Ensino Médio da disciplina de Biologia, qual seja: a célula (eucarionte). A escolha por este tema justifica-se por ser um dos temas bases do Ensino Médio e também pela gama de conceitos que se espera que os discentes apreendam.