Segundo os PCNs, "não se formam bons leitores oferecendo materiais de leitura empobrecidos, justamente no momento em que as crianças, adolescentes e jovens são iniciadas no mundo da escrita (...)" (op. cit., p.36). O fenômeno do letramento é outro paradigma que constitui, em nossa compreensão, uma discussão que ganhou substancialmente espaço no Brasil ao longo da década de 90. Segundo (HAMILTON; BARTON; IVANIC, 2000) o letramento é mais bem compreendido como um conjunto de práticas sociais, passíveis de depreensão a partir de eventos em que as relações intersubjetivas são mediadas por textos escritos. Assim, numa perspectiva sociocultural, implementamos numa rádio escolar, criada pelas pedagogas Carvalho e Sousa (2015) que, é visivelmente, um ambiente de letramento, algumas as atividades de aquisição de leitura e escrita que ocorrem com 167 sujeitos em situação de deficiência intelectual na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais -APAE-CG. Nesta proposta, escolhemos o gênero bilhete para nossa apreciação, pois é uma das atividades na qual todos de sala de aula participam,com mediação e transcrição da professora regente. Nesse contexto, um sujeito alfabetizado media a leitura, enquanto os não alfabetizados ouvem essa leitura de bilhetes, por exemplo e todos participam do momento da rádio como colaboradores indiretos com funções que desenvolvem a linguagem oral além de sua subjetivação enquanto sujeitos do processo de ensino-aprendizagem (BATISTA e MANTOAN, 2006).